quarta-feira, 4 de março de 2015

Como uma bolha...


E se eu flutuasse como bolha de sabão viajando pelo azul do céu? Com certeza não haveria de me preocupar com a rotina da cidade, com o tempo ou com qualquer outra coisa que não seja voar e observar tudo lá de cima.
Ver como é pequeno o ser humano mediante a natureza e perceber que em meio a tantos problemas podemos sim tirar um tempo para ver como o mundo é lindo e cheio de cores.
Queria novamente a possibilidade de olhar para o mundo com os olhos de uma criança. Queria ver a inocência na vida, nas pessoas, nas atitudes e nos olhares. Queria voar sem destino e ver aonde o vento ia me levar e como ia me surpreender.
Liberdade. Palavra que não usamos. Somos escravos do tempo e da rotina do dia a dia. Vivemos presos numa bolha chamada zona de conforto. Lá tudo é moderado, calculado e vivido de uma forma mecânica. Qual foi o dia em que saímos de casa sem nada planejado e com disposição para admirar o sol, as árvores, o céu e até mesmo as pessoas?
Viver é saber usar o tempo e as coisas a seu favor. É saber reconhecer quando seu corpo pede descanso. É olhar para uma criança brincando e sorrir. É andar de mãos dadas e demonstrar afeto a quem se ama. Viver é voar sem destino e ser feliz como pode. Viver é sair da zona de conforto e romper as barreiras que nos assombram. Viver é curtir a vida admirando como ela é bela como se estivesse flutuando numa bolha de sabão.
(Nathara P. Souza)


A menina do guarda chuva vermelho.

 
Lá estava ela sentada debaixo do salgueiro olhando o lago. Não sei se olhava para o lago ou se observara seu próprio reflexo na água. Nada se ouvia além do vento e das andorinhas que no salgueiro repousavam.
Fiquei a observar ela e seu guarda chuva vermelho. O vento soprava forte e as folhas do salgueiro balançavam de um lado para o outro enquanto ela permanecia ali estática, apenas olhando para o lago. Depois deitou-se na relva e olhou por minutos as folhas do salgueiro a balançar com a força do vento.
Isso intrigava-me e hipnotizava-me a ponto de não conseguir sair dali e observar aquela cena. A menina sentou-se, pegou um livro de sua bolsa e começou a lê-lo. Percebi que iria demorar, mas continuei a observa-la. Passou-se o tempo, ela deu risadas, brincou com um cachorro que passou e ao entardecer olhou para o lago como se estivesse a despedir-se dele.
O vento começou a soprar mais forte e as nuvens se juntaram no céu, uma pequena garoa começou a cair... Rapidamente ela abriu seu guarda chuva vermelho e pôs-se a caminhar em direção à cidade.
Todas as tardes ela voltava e fazia a mesma coisa. Nunca entendi o que ela tanto olhava para o lago e deitada no chão sempre observava as folhas do salgueiro balançando de lado a outro. Com o tempo parei de observa-la e percebi que era somente uma menina com seu guarda chuva e suas descobertas. Confesso que um dia, fui até o salgueiro e olhei do ponto onde ela se colocava. Apenas vi o lago com seus peixes e pedras, nada demais para mim. Olhei para o salgueiro e perguntei: O que tanto faz aqui a menina do guarda chuva vermelho? Ele em sua plenitude apenas balançou suas folhas.
(Nathara P. Souza)


Coisas que me fazem falta...

















I miss...
 
Sinto falta de alguém que saiba se expressar comigo
Que queira ser somente amigo
Que consiga me encantar...
Sinto falta de conversas com propriedade
De palavras de verdade
De um amor pra recordar...
Sinto falta de ouvir: Te amo!
Desse amor cigano
Que não volta mais...
Sinto falta de sentar-me na grama
De acender a chama
Que a vida apagou...
Sinto falta de você aqui pertinho
Do seu carinho
Do seu amor...

(Nathara P. Souza)